terça-feira, 11 de junho de 2024

Anemias e suas diferenças

 




A anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma condição na qual a hemoglobina está abaixo do normal resultando em carência de um ou mais nutrientes essenciais. Considerada como um sinal secundário de alguma doença base, podendo ser decorrentes de múltiplas causas. 

Cada tipo de anemia tem suas características fisiopatológicas específicas tendo em comum entre elas o baixo nível de hemoglobina. A hemoglobina é a proteína que transporta o oxigênio dos pulmões aos tecidos. 

 Há três principais tipos de anemias sendo elas as microcísticas, quando as hemácias são pequenas e há diminuição na quantidade de hemoglobina, as normocíticas que é quando não há alterações no tamanho das hemácias e as macrocíticas, quando as células são maiores que o habitual. 

Entre as anemias microcíticas, a anemia ferropriva é a mais comum caracterizada pela deficiência de ferro. Geralmente causada pela deficiência nutricional.

A anemia falciforme é uma anemia caracterizada pela alteração morfológica nas hemácias adquirindo o aspecto de uma foice, fazem parte das anemias normocíticas. 

A anemia megaloblástica por deficiência de B12 faz parte das anemias macrocíticas. É caracterizada pelo aumento do tamanho das hemácias e redução na sua quantidade. 


FONTE:

CESAR, TÁBADA FERNANDES MARCONDES; AINDA, NAO TENHO; TENHO, NAO. Aspectos e Diagnósticos de Diferentes Formas de Anemia. Encontro de Iniciação Cientifica, v. 1, n. 1, p. 1-15, 2012.


segunda-feira, 3 de junho de 2024

O que significa a presença de E. Coli na água?




A água é um elemento essencial para a sobrevivência humana, sendo insubstituível para a vida. O aumento contínuo da população teve como consequência o aumento de resíduos contribuindo para a contaminação do solo e da água. 

A análise microbiológica da água é fundamental e sua regularização é realizada conforme a Portaria GM/MS n°888 que dispõe sobre os procedimentos de vigilância da qualidade da água para o consumo humano e seus padrões de potabilidade. Sendo obrigatório a análise de Coliformes totais e fecais, a principal bactéria causadora de infecções na água é a E. coli.

Os coliformes totais são bactérias gram-negativas podendo ser aeróbicos ou anaeróbicos facultativos que são capazes de desenvolver na presença de sais biliares ou agentes tensoativos que promovem a fermentação a lactose produzindo ácidos, aldeído e gás. Outro fator importante sobre coliformes totais é a possibilidade de apresentar bactérias com atividade da enzima β-galactosidade. As bactérias que fazem parte deste grupo são pertencentes aos gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter. Destacando-se a E. Coli que é uma bactéria fermentadora de lactose e manitol, sendo considerada o mais específico indicador de contaminação fecal.

E. coli é uma bactéria gram-negativa pertencente à família das Enterobacteriaceae e ao grupo coliforme, que tem como habitat primário o intestino humano, representando cerca de 95% das bactérias do grupo coliformes encontradas em fezes humanas. A E. coli é considerada uma boa indicadora de contaminação fecal em questão de análise de água potável.

A contaminação por E. coli em água e alimentos pode causar dores abdominais, febre, dores de cabeça, vômito e diarreia aguda.

 

FONTE:

MARQUEZI, Marina Chiarelli; GALLO, Cláudio Rosa; DOS SANTOS DIAS, Carlos Tadeu. Comparação entre métodos para a análise de coliformes totais e E. coli em amostras de água. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 69, n. 3, p. 291-296, 2010.

SCHNEIDER, Roger Neto; NADVORNY, André; SCHMIDT, Verônica. Perfil de resistência antimicrobiana de isolados de Escherichia coli obtidos de águas superficiais e subterrâneas, em área de produção de suínos. Biotemas, v. 22, n. 3, p. 11-17, 2009. 

segunda-feira, 27 de maio de 2024

O papel da CCIH no controle de Infecção hospitalar (IH)

 



Infecção hospitalar (IH) é definida como aquela que é adquirida após a internação do paciente, podendo se manifestar durante a internação ou após a alta. As IHs são multifatoriais e são causadas por um desequilíbrio da relação existente entre a microbiota normal do paciente e os mecanismos de defesa do hospedeiro. Pode ocorrer devido à própria patologia do paciente ou de procedimentos realizados pelo paciente no hospital. As bactérias que predominam nas IHs raramente causam infecções em outras situações, porém, devido à queda da resistência do paciente o processo infeccioso pode vir a se desenvolver. As IHs podem ocasionar o aumento do tempo de internação do paciente colocando em maiores riscos de mortalidade hospitalar.

Em 1997 a Lei 9431 foi aprovada, tornando obrigatório a presença da CCIH e o programa de controle de IH em estruturas hospitalares. As boas práticas de assistência decorrem da integração dos setores que contribuem para o controle de infecção. A cultura de vigilância tem papel fundamental no controle de IHs, a coleta de amostra é realizada de acordo com o protocolo elaborado pelo CCIH.

O processo laboratorial consiste em pesquisa de bactérias produtoras de betalactamase de espectro estendido (ESBL), Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium resistentes à vancomicina (VRE), enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos, Pseudomonas aeruginosa resistente aos carbapenêmicos e Acinetobacter baumannii resistente aos carbapenêmicos.  A pesquisa realizada pelo laboratório é feita através da coleta de swabs de vigilância que ocorre de acordo com o protocolo estipulado pela CCIH, após a coleta é semeada em meio de cultura seletivo.

As principais bactérias associadas às infecções hospitalares são as Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii, Proteus mirabilis que em caso de agravamento pelo tratamento tardio podem ocasionar em sepse.


Fonte:

PEREIRA, Milca Severino et al. A infecção hospitalar e suas implicações para o cuidar da enfermagem. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 14, p. 250-257, 2005.

CUVG - CULTURA E ANTIBIOGRAMA DE VIGILÂNCIA + TSA. DB Diagnósticos <https://gde.diagnosticosdobrasil.com.br/GDE_Home/DetalheDoExame.aspx?ExameId=CUVG>

FONTANA, Rosane Teresinha. As infecções hospitalares e a evolução histórica das infecções. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 59, p. 703-706, 2006.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Hemocultura no diagnóstico de infecções hospitalares

 





A sepse ou infecção generalizada pode ser definida como a resposta sistêmica a uma doença infecciosa, onde ocorre um processo inflamatório grave ocasionando uma resposta imunológica intensa, a maior taxa de mortalidade por choque séptico está nas primeiras 24 horas. O choque séptico é o estado de falência circulatória e metabólica aguda caracterizada pela persistência de hipotensão arterial, o diagnóstico nessa fase pode ser considerado tardio.

O diagnóstico de sepse é realizado pela identificação de presença da bactéria no sangue, outros métodos como o hemograma são fundamentais para complementar o diagnóstico de sepse. Para realizar a identificação de presença da bactéria no sangue é utilizado o exame de hemocultura tendo como complemento a leitura de gram em lâmina e semeadura em meio de cultivo para identificação da bactéria. Contudo a velocidade na identificação da bactéria é fundamental para a sobrevida do paciente, por tanto, a diferenciação do gram é muito importante como parcial de diagnóstico.

A hemocultura é um exame laboratorial normalmente realizado no hospital, onde é feito a coleta de sangue do paciente em um recipiente conhecido como garrafa de hemocultura, que contém meio de cultura específico para o crescimento de bactérias ou fungos. Esse exame é indicado em caso de suspeita de infecção no sangue.

É recomendado que sejam coletadas de 2 a 3 amostras de hemocultura em locais diferentes do corpo. É importante que a coleta seja feita antes do início do uso de antibióticos, pois pode vir a interferir no resultado do exame.

A coloração de gram é um método utilizado para classificar espécies de bactérias em dois grupos, sendo elas gram-positiva e gram-negativa. Dentro destas classificações, é possível dividir em outros agrupamentos os bacilos e os cocos de acordo com sua morfologia.


MELLO, Fabiana; DE VARGAS, Emiliana Giusti. As ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS ENCONTRADAS NA SEPSE BACTERIANA. Revista de Ciências da Saúde-REVIVA, v. 3, n. 1, 2024.

DE ARAUJO, Maria Rita Elmor. Hemocultura: recomendações de coleta, processamento e interpretação dos resultados. Journal of Infection Control, v. 1, n. 1, p. 8-19, 2012.

SILVA, Eliézer. Sepse, um problema do tamanho do Brasil. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 18, p. 5-6, 2006.

MACHADO, Flavia Ribeiro. Sepse: um problema de saúde pública. Instituto Latino-Americano de SEPSE (ILAS), 90 p, 2015.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Cuidados na gestação



O pré-natal é fundamental para garantir o desenvolvimento saudável do bebê, entre os exames realizados o "teste do cotonete" é recomendado para prevenir infecções neonatal. A principal culpada pelas infecções neonatal é a bactéria Streptococcus agalactiae.


A presença da bactéria Streptococcus agalactiae é comum no trato urinário de mulheres, podendo vir a ocasionar infecções urinárias. Porém na gestação há o risco de transmissão da bactéria para o bebê durante o parto, sendo o principal causador de meningite, pneumonia e sepse neonatal. Essas condições podem ser fatais para o bebê, devido seu sistema imunológico ainda nos primeiros dias e meses de vida não estar totalmente formado.


O exame do cotonete é a forma de prevenir a infecção neonatal e deve ser realizado entre a 35ª e a 37ª semana de gestação. O exame é realizado com um swab (objeto semelhante ao cotonete), é coletado uma amostra da vagina e do ânus da gestante. Após a coleta, a amostra é encaminhada ao laboratório para análise de presença ou ausência da bactéria. 


Caso o resultado do exame seja positivo para a presença da bactéria, significa que a mãe tem a bactéria no organismo, precisando realizar o uso medicamentos (antibióticos) receitados pelo médico em caso de parto normal. O antibiótico previne a transmissão durante o parto.


No entanto, o exame do cotonete não é obrigatório no pré-natal, mas tem papel fundamental para prevenção de infecções neonatal.



Fonte: 

OLIVEIRA, Taís Viana Lédo de et al. Prevalence and factors associated with group B streptococcal colonization in pregnant women. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 20, p. 1165-1172, 2021.

TAMINATO, Mônica et al. Rastreamento de Streptococcus do grupo B em gestantes: revisão sistemática e metanálise. Revista latino-americana de enfermagem, v. 19, p. 1470-1478, 2011.


segunda-feira, 18 de março de 2024

Fiocruz capacita profissionais no sequenciamento de bactérias resistentes

 

Equipe do Laboratório do IOC com técnicos de LACENs durante parte teórica da capacitação (foto: Divulgação FIOCRUZ)

O sinal de alerta está ativo: tanto no Brasil quanto no resto do mundo, a resistência bacteriana aos antibióticos alcançou níveis alarmantes. Quase todas as categorias desses medicamentos apresentam eficácia reduzida ou nula no que diz respeito à eliminação ou inibição da multiplicação desses microrganismos. Em resposta a essa urgência, diversos órgãos e instituições uniram forças para estabelecer redes de vigilância de bactérias multirresistentes. No âmbito nacional, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), através do Laboratório de Bacteriologia Aplicada à Saúde Única e Resistência Antimicrobiana, lidera a estruturação da Rede Nacional de Vigilância Genômica de Bactérias Multirresistentes.

Como parte integral de uma das fases de implementação, o IOC/Fiocruz organizou treinamentos em sequenciamento completo de genomas desses microrganismos. Entre dezembro e março, profissionais dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) de 11 estados (Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Piauí, Goiás, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Pará, Rondônia e Mato Grosso) participaram dessa iniciativa. O projeto é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com especialistas em resistência antimicrobiana e bioinformática da Fiocruz, LACENs e Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde (CGLAB/MS).

Como líder na estruturação dessa rede, a pesquisadora Ana Paula Assef, chefe do Laboratório de Bacteriologia Aplicada à Saúde Única e Resistência Antimicrobiana do IOC/Fiocruz, ressalta que essa iniciativa permitirá uma compreensão mais aprofundada do cenário de resistência no Brasil. "A partir da formação de profissionais qualificados por todo o país, será possível coletar e analisar dados de forma ampliada, ter uma visão macro da situação e planejar políticas públicas de saúde mais precisas, visando o controle do problema", explicou.

Durante os treinamentos, mais de 70 genomas completos de bactérias multirresistentes foram sequenciados, com destaque para as espécies Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii e Klebsiella pneumoniae, que são produtoras de carbapenemases (enzimas com altos níveis de resistência aos antibióticos). Esses dados serão disponibilizados em bancos de dados genômicos para consulta pela comunidade científica.

Fonte: https://agencia.fiocruz.br/fiocruz-capacita-profissionais-no-sequenciamento-de-bacterias-resistentes - 15/03/2024

quinta-feira, 14 de março de 2024

Cepa de P. aeruginosa da região amazônica pode ter potencial terapêutico contra o câncer




Cientistas do Instituto Tecnológico Vale – Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e de instituições parceiras realizaram um estudo promissor que revela o potencial terapêutico de uma nova bactéria encontrada no solo amazônico, especificamente na região de Paragominas, sudeste do Pará.

A pesquisa destaca a descoberta de uma bactéria de uma cepa da bactéria Pseudomonas aeruginosa, que apresenta propriedades bioquímicas únicas. O composto químico produzido por esta cepa mostrou-se promissor no combate a doenças como herpes e câncer de mama.

A Pseudomonas aeruginosa é conhecida por sua versatilidade e capacidade de adaptação em diversos ambientes, incluindo solos tropicais. Neste estudo, os cientistas isolaram uma cepa específica da bactéria, encontrada na região de Paragominas, e identificaram que ela produz substâncias com potencial terapêutico.

Os resultados preliminares indicam que o composto químico produzido pela Pseudomonas aeruginosa tem propriedades que podem ser exploradas no desenvolvimento de medicamentos para o tratamento de herpes e câncer de mama. Essa descoberta representa uma esperança na busca por novas alternativas terapêuticas, especialmente contra doenças que ainda apresentam desafios significativos no tratamento.

A pesquisa ressalta não apenas o potencial terapêutico da biodiversidade amazônica, mas também a importância de esforços contínuos na preservação do meio ambiente. A conservação desses ecossistemas pode revelar segredos valiosos que podem beneficiar a saúde humana e o avanço da ciência.

Embora ainda sejam necessários mais estudos para entender completamente o mecanismo de ação e a eficácia do composto produzido pela Pseudomonas aeruginosa, esta descoberta representa um passo significativo no aproveitamento do potencial terapêutico das bactérias encontradas na região amazônica.

Anemias e suas diferenças

  A anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma condição na qual a hemoglobina está abaixo do normal resultando em ca...